Ao contrário do que prega o senso comum, inovar não é só inventar algo do zero, mas reinventar, transformar aquilo que já existe para torná-lo melhor.
Às vezes, retomar práticas do passado, que caíram no esquecimento com o passar do tempo, dando uma nova roupagem ou agregando algo diferente, também pode ser uma forma de inovação. Principalmente quando se alia as técnicas do fazer antigo às tecnologias do fazer presente.
Há, em alguns setores do mercado, uma tendência crescente na atualidade em retomar práticas “do tempo da avó”, como costuma-se chamar os hábitos ou coisas de um tempo passado.
Na moda, por exemplo, vê-se as roupas características do anos 1970 e 1980 voltando, adaptadas aos novos tempos, para as passarelas e vitrines das lojas. Já na alimentação, muitas pessoas têm buscado alimentos mais caseiros e artesanais, como nos tempos em que não existiam tantas máquinas e processos industriais na produção da comida.
Esse fenômeno tem acontecido como uma tentativa de resgatar processos mais saudáveis no dia a dia, no qual as pessoas estão abrindo mão dos industrializados e dos fast foods e adotando alimentos feitos a partir de processos mais naturais ou dos chamados slow foods.
Tria Bakery: um jeito novo de vender pães feitos à moda antiga
Em Rio Preto, Mauro Silva, chef de cozinha formado em gastronomia pela Universidade Anhembi Morumbi, vislumbrou uma chance no mercado de panificação a partir desse fenômeno. Ele vem se destacando no segmento com a produção de pães artesanais com fermento natural, técnica muito antiga, também conhecida como levain.
Sendo um apaixonado por panificação, em especial por esse métodos que requer mais dedicação ao processo de feitura do pão, o chef, após concluir sua formação em gastronomia, especializou-se na produção de pães com fermentação natural e teve aulas com Rogério Shimura, um renomado chef-padeiro eleito como o melhor do mundo pela International Union of Bakers and Confectioners (UIBC), na Levain Escola de Panificação.
O empreendedor, então, unindo o antigo ao novo, abriu a Tria Bakery: um conceito de padaria online, algo novo em seu setor, em que os pães fabricados a partir da fermentação natural são vendidos por meio de uma conta no instagram (@triabakery_br) e tanto podem ser entregues pelo delivery quanto retirados pelo cliente na rua Jaci, nº 3407.
Comprovando, dessa forma, que é possível inovar em qualquer setor, mesmo naqueles em que parece ser bem mais difícil. Mauro Silva, cliente da Consumer, usou a criatividade, tecnologias atuais e técnicas milenares para criar uma nova experiência para os amantes da panificação. E os resultados têm sido satisfatórios, conforme atestam os comentários de seus seguidores no instagram da Tria.
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Com um aspecto rústico e alguns até coloridos, os pães possuem uma aparência que comprovam aquele famoso ditado de que primeiro “comemos com os olhos”. O perfume adorável de massa assando pode ser sentido de longe e dura enquanto ainda houver pão (provavelmente por pouco tempo, uma vez que é difícil resistir à tentação de não comê-lo de uma só vez!). Já o sabor, é ainda melhor: a casca crocante, o miolo fofinho e cheio de “buraquinhos”, com o toque de especiarias como o queijo Serra da Canastra e o alecrim. É, realmente, uma experiência sinestésica proporcionada por meio de um pão!
Se você já está com água na boca e morrendo de vontade de provar as criações da Tria Bakery, entre em contato pelo instagram (@triabakery_br) e encomende o seu. Vale ressaltar que a padaria produz suas fornadas somente às quintas e sextas, e os sabores podem variar a cada semana.
Confira algumas fotos da padaria:
A origem do pão e a técnica de fermentação natural ou levain
De origem muito antiga, a história dos pães caminha lado a lado com a história da humanidade. As primeiras fornadas eram bastante diferentes das atuais, uma vez que não se usava nenhum tipo de fermento. Os povos Egípcios foram os responsáveis por introduzi-lo como um dos ingredientes da massa desse alimento tão popular, e eles mesmos produziam o próprio fermento natural utilizado na receita.
Se você é jovem e está lendo essa matéria, pode ser que nunca tenha escutado falar dessa técnica de fazer pães. Mas, possivelmente, seus pais ou avós não só já ouviram, como a utilizavam para fabricar o pão consumido pela família.
Trata-se, dessa forma, de uma técnica ancestral e milenar que, embora tenha resistido por tanto tempo, estava sendo abandonada pelas novas gerações, sobrevivendo apenas como uma tradição familiar transmitida de geração em geração.
A massa azeda, sourdough, pasta madre, levain, como é chamado na culinária francesa, ou, simplesmente, o fermento natural recebe diversos nomes em cada cultura, mas denominam o mesmo processo.
Cultivado artesanalmente, o fermento é resultado de uma mistura entre farinha e água, que depois é armazenada em um pote de vidro. Essa mistura deve passar por um procedimento demorado e rigoroso em que se alimenta as micro-bactérias (fungos e bactérias) produzidas ali.
Ao ser incorporado à massa do pão, o segredo é deixar que as bactérias e lactobacilos presentes na levedura façam o seu trabalho: consumam o açúcar da massa e liberem gás carbônico, provocando seu crescimento e a formação de alvéolos (ou os famosos “buraquinhos”) em seu interior. Esse processo pode levar até 24h para ser finalizado, muito diferente do processo industrializado, o que justifica seu nome “fermentação lenta”.
Depois de assado, é hora de saborear o gosto inigualável deste alimento tão especial. Não há dúvida de que vale muito a pena esperar pelo produto final dessa técnica, pois o pão de fermentação lenta é um explosão de sabores e texturas. Além de ser mais saudável do que os pães produzidos por processos industriais e ainda possuir maior durabilidade!
Foi por essa magia que envolve a feitura desse tipo de mão que Mauro Silva resolveu investir na abertura da Tria Bakery. A fim de oferecer um serviço que estivesse à altura da qualidade dos seus pães, ele escolheu as soluções Consumer para gerenciar sua padaria, um programa especialmente desenvolvido para auxiliar negócios no segmento da alimentação.
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